Reservas
O Rio Grande do Sul possui 89,2% das
reservas de carvão mineral nacional, um total de 28,802 milhões de t. A região
carbonífera fica na área do Baixo Jacuí. A Copelmi na região carbonífera tem
46,0 milhões de t. e opera nas seguintes minas:
Em Butiá ficam as minas de Butiá Leste,
Balança, Norte BR 290. Recreio fica em terras de Butiá e Minas do Leão; Faxinal
está em área de Arroio dos Ratos, enquanto que a mina de Água Boa fica em
Morrinhos, São Jerônimo. Coreia fica em Minas do Leão.
A Companhia Rio-Grandense de Mineração
tem no estado, reservas de 3 bilhões de toneladas em áreas de lavra e áreas em
fase de pesquisa. A CRM opera na mina de Taquara e Leão I, no município de
Minas do Leão II, também localizado no mesmo município, que faz parte da região
carbonífera. A mina Leão II foi arrendada em outubro de 2002 pelo empresário
catarinense Alfredo Gazzola, da Carbonífera Criciúma.
Fonte: Benedito
Veit, “Assim Nasce uma Riqueza: A trajetória do carvão na Região Carbonífera”,
Ed. Alcance, 2004.
Os ciclos do carvão na região
carbonífera de Santa Catarina
Em Santa Catarina, o início das
atividades carboníferas aconteceu no final do Século XIX, realizadas por uma
companhia britânica que construiu uma ferrovia e explorava as minas. Em 1885
foi inaugurado o primeiro trecho da ferrovia Dona Tereza Cristina, ligando
Lauro Müller ao Porto de Laguna, e chegando, em 1919, a São José de Cresciuma.
Como o carvão catarinense era considerado de baixa qualidade, sua exploração
não despertou muito o interesse por parte dos ingleses. Diante desse quadro, o
Governo Federal repassou a concessão para indústrias cariocas, destacando-se,
inicialmente, Henrique Lage e, depois, Álvaro Catão e Sebastião Netto Campos.
Com a queda da compra do carvão
importado, durante a Primeira Guerra Mundial, o produto catarinense assistiu
seu primeiro surto de exploração, época em que foram ampliados os ramais
ferroviários no Sul do estado e inauguradas novas empresas mineradoras. Em 1917
entra em operação a Companhia Brasileira Carbonífera Araranguá (CBCA) e, 1918,
a Companhia Carbonífera Urussanga (CCU). Na década seguinte, em 1921, surgem a
Companhia Carbonífera próspera e a Companhia Carbonífera Ítalo-Brasileira em,
em 1922, a Companhia Nacional Mineração Barro Branco.
O segundo surto veio no Governo Federal
Getúlio Vargas, com decreto determinando o consumo do carvão nacional e com a
construção da Companhia Siderúrgica nacional (CSN). A obrigatoriedade da
utilização do carvão nacional foi estabelecida em 10% em 1931, aumentando esta
cota para 20% em 1940. A CSN foi construída em 1946.
Nos anos 40 e 50 várias minas operavam
na região e pertenciam a pequenos proprietários locais, grandes empreendedores
cariocas e uma estatal, a Companhia Próspera, subsidiária da CSN. Ao longo dos
anos 60 ocorrem profundas mudanças no setor e, no início dos anos 70, estavam
em atividades apenas 11 mineradoras, a maioria pertencente a empresários
locais.
O último boom no setor foi com a crise
do petróleo em 1973, com as atenções voltadas novamente para o uso do carvão
nacional. No início da década de 90 o setor é desregulamentado por decreto do
Governo Federal, mergulhando toda a região sulcatarinense em profunda crise.
O início de uma nova fase de
desenvolvimento da atividade carbonífera no Sul do estado se avizinha com a
implantação de um parque térmico na região. Estudos técnicos vêm sendo
realizados com base em tecnologias avançadas já desenvolvidas nos Estados
Unidos. O trabalho tem envolvido as empresas mineradoras da região que, nos
últimos cinco anos, priorizaram políticas de recuperação e proteção ambiental,
de segurança e saúde do trabalhador e investimentos na qualificação tecnológica
das minas.
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