Pergunta feita por Calebe
Por ser barato e abundante, o carvão ainda é uma alternativa muito atraente do ponto de
vista econômico para as empresas fornecedoras de energia elétrica.
Obrigado pela pergunta, volte sempre. :)
Tudo sobre o carvão com postagens de Ameliana Oliveira, Calebe Melo, Carla Alves, Gabriel Gomes, Jessica Nascimento, Juliana Alves e Layane Lima. Somos um grupo do Colégio Técnico Dom Vital responsável pelo assunto "Carvão" da matéria de Química ministrada pelo professor Jário. Nosso objetivo é transmitir, através desse blog, o que aprendemos sobre o Carvão. Esclarecemos dúvidas, é só enviarem-nos as perguntas. Obrigado desde já!
sábado, 31 de agosto de 2013
quarta-feira, 14 de agosto de 2013
Carvão vegetal x Carvão mineral
Diferente do
vegetal, o carvão mineral é uma fonte de energia não-renovável, é um combustível
fóssil, extraído do solo através da mineração. É muito utilizado por ser uma
matéria-prima barata e abundante, principalmente, como fonte de energia
elétrica, aquecimento de máquinas em siderúrgicas, indústrias, na fabricação de
plásticos, explosivos, inseticidas, fertilizantes etc.
A emissão de gases extremamente poluentes na atmosfera, como o dióxido de carbono, são resultados de sua queima. Esses gases poluentes contribuem grandemente para o aumento do efeito estufa, aquecimento global e chuva ácida.
A emissão de gases extremamente poluentes na atmosfera, como o dióxido de carbono, são resultados de sua queima. Esses gases poluentes contribuem grandemente para o aumento do efeito estufa, aquecimento global e chuva ácida.
O próprio homem tem destruído o Planeta Terra, pela falta de medidas inteligentes que favoreçam o meio-ambiente. Para tentar reverter essa situação, foi criado um tratado internacional, o Protocolo de Kyoto, que tem como objetivo a redução da emissão de gases poluentes, e a criação de formas de desenvolvimento mais benéficas.
Para que houvesse uma redução
relevante, os países teriam que diminuir de forma drástica a emissão desses gases,
e começar a implantar novas formas de energia, porém, isso afetaria grandemente
o crescimento econômico. Dessa forma, alguns países não ratificaram o
protocolo, e outros não conseguiram alcançar as metas no tempo subestimado.
Os países em desenvolvimento não são obrigados a cumprir as metas do protocolo, mas já são grandes emissores de gases poluentes. Sendo assim, muitas pretensões foram frustradas, e a mudança que se esperava, ainda não aconteceu. O tratado tocou apenas a superfície do problema, com isso, espera-se que nos próximos anos, de acordo com um novo tratado, ou com uma ementa do Protocolo de Kyoto, haja uma relevante redução.
Por essas e outras razões, o carvão vegetal se mostra muito mais benéfico para o meio-ambiente, pois além de ajudar na redução de CO2, ajuda também na regeneração do oxigênio, e sua produção emite uma porcentagem de gases poluentes muito inferiores ao da produção do carvão mineral. Além de tudo, é uma ótima oportunidade para novos empregos, pois o número de pequenas e médias plantações de eucalipto cresce a cada ano.
Diminuição do grau de poluição causado pelo carvão
Algumas tecnologias permitem a redução dessa
emissão. Uma
delas é a lavagem de carvão, que mistura o carvão
triturado a um líquido, separando as impurezas.
Em outras técnicas, o
dióxido de
enxofre, uma das maiores causas da chuva ácida, é retirado. Também já é
possível à redução de óxidos de nitrogênio, uma das causas do ozônio do nível do
chão. Outras tecnologias permitem o
bombeamento do gás carbônico para o subsolo pelas usinas termelétricas.
Há três alternativas: o lançamento do
gás em minas de carvão, expulsando o gás metano (que, por sua vez, pode ser
usado como combustível pela usina): em minas de água salgada imprópria para
consumo humano ou para reservas de petróleo facilitando na extração do
combustível.
Carvão: Produção da eletricidade
Produzindo eletricidade
Quando queimando seu vapor aciona as turbinas instaladas nas usinas. Esse movimento proporciona a gera a eletricidade. Hoje o carvão mineral é bastante usado para produzir energia elétrica em usinas termelétricas e como matéria-prima para fabricar aço nas siderúrgicas. Os grandes produtores mundiais desse recurso são os Estados Unidos, China, Cazaquistão, Rússia, Polônia, Índia, Alemanha, Austrália e África do Sul. Calcula-se que essa reservas carboníferas são suficientes para gerar energia para cerca de 100 anos de consumo. Mas existem os pontos negativos desse recuso, a começar pela sua extração, que causa sérios impactos ambientais, a poluição causada por sua queima que colabora com o aquecimento global.
terça-feira, 13 de agosto de 2013
Gaseificação (Parte II)
A Tabela 2 apresenta uma breve
comparação entre as três configurações de gaseificadores citadas acima. Já na
Figura 3 observam-se exemplos dos gaseificadores discutidos.
A mais avançada tecnologia utilizando
carvão para geração de eletricidade de forma limpa é chamada de Gaseificação
integrada com ciclos combinados (Integrated gasification combined cycle –
IGCC). Este tipo de processo apresenta maior eficiência energética que aquela
conseguida pelas plantas convencionais de carvão pulverizado. A IGCC promove
uma significativa redução na emissão de poluentes quando comparado com
tecnologias convencionais, reduzindo 33% do NOx, 75% do SOx, com praticamente
ausência de emissão de particulados. Uma planta IGCC usa de 30 a 40% menos água
do que outras plantas de geração de energia convencional.
Tabela 2 – Comparação entre os tipos de
gaseificadores.
REGIME DE FLUXO
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LEITO FIXO OU MÓVEL
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LEITO FLUIDIZADO
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LEITO ARRASTADO
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Analogia a combustão
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Combustor por grade
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Combustor por leito fluidizado
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Combustor de carvão pulverizado
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Tipo de Combustível
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Somente sólido
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Somente sólido
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Sólidos ou Líquidos
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Tamanho do combustível
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5 – 50 mm
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0,5 – 5 mm
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< 500 microns
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Tempo de Residência
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15 – 30 minutos
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5 – 50 segundos
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1 – 10 segundos
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Oxidante
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Ar ou oxigênio
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Ar ou oxigênio
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Quase sempre oxigênio
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Temp. do gás de saída
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400 – 500 ºC
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700 – 900 ºC
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900 – 1400 ºC
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Exemplos comerciais
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Lurgi dry-ash
(non-slagging),
BGL (slagging). |
IGT U-Gas, HT
Winkler, KRW
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GE (Texaco), Shell, Prenflo, E-Gas, Noell
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Comentários
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Leito móvel é mecanicamente agitado, o leito fixo não.
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Temperatura do leito está abaixo do ponto de fusão da escória,
prevenindo aglomeração das partículas.
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Não recomendável para carvão com elevada quantidade de cinzas, devido
à elevada temperatura que promove a fusão da escória.
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Para o gaseificador em leito móvel o fluxo é sempre em contra-corrente
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Sugerido para carvão com elevada quantidade de cinzas e também para
gaseificação de rejeitos em geral.
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Não recomendável para combustíveis de difícil atomização e
pulverização.
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Figura 2 – Representação de um gaseificador de
leito fixo (a), leito fluidizado (b) e leito arrastado (c).
Fonte: National Energy Technology Laboratory (NETL).
Fonte: National Energy Technology Laboratory (NETL).
A Figura 3 mostra o conceito da
gaseificação do carvão com ciclo combinado (IGCC). O processo começa no
gaseificador onde o combustível (carvão, biomassa e outros) é colocado em
contato com o oxigênio (ou ar) e vapor iniciando o processo de gaseificação,
produzindo, dessa forma, o gás de síntese. Este gás de síntese é esfriado em
refrigeradores radiantes de gás, gerando, assim, vapor de alta pressão, este
torna-se limpo após remoção de particulados, enxofre e outras impurezas. Após
processo de purificação o gás é queimado em turbinas a gás para produzir
energia elétrica. O calor residual da combustão do gás existente nas turbinas a
gás é também usado para produzir vapor que moverá uma turbina a vapor gerando
energia elétrica adicional. Aproximadamente 2/3 da energia produzida numa
planta IGCC provém da turbina a gás. Depois de abastecer de energia as
instalações da planta, a produção líquida de energia elétrica é enviada ao
sistema de transmissão e distribuição.
Além de energia elétrica, esta planta
pode co-produzir valiosas substâncias químicas e combustíveis limpos para
transportes. Neste caso, o gás de carvão de síntese limpo, ao invés de ser
queimado diretamente nas turbinas a gás, passa por um reator de síntese onde o
monóxido de carbono e o hidrogênio são cataliticamente combinados para formar
substâncias químicas de alto valor e combustíveis para com emissões
extremamente baixas. Depois da produção de combustíveis e recuperação de
substâncias químicas, o gás de síntese não convertido é enviado para planta de
ciclo combinado para produzir energia elétrica.
Um grande volume do gás de síntese, que
antes era usado para produzir energia elétrica, agora passa a produzir
combustíveis e produtos químicos. Assim, nas instalações de IGCC, para gerar a
mesma quantidade de energia elétrica, injetada na linha de transmissão,
utiliza-se gás natural que é queimado nas turbinas a gás, compensando o gás de
síntese usado para produzir combustíveis e substâncias químicas. Deste modo, a
produção de energia elétrica total na saída da planta pode ser mantida igual na
linha de transmissão com as instalações do IGCC.
O carvão é o único combustível fóssil
cujo suprimento permanecerá, durante uma parte do século XXI, existindo em
grande quantidade e a custos relativamente baixos. Trata-se, portanto, de um
dos principais combustíveis substitutos disponíveis para atenuar a transição da
era atual de petróleo e gás natural abundantes para uma fase futura de recursos
energéticos renováveis.
A ciência e tecnologia da gaseificação
de carvão e de outros combustíveis sólidos têm avançado significativamente.
Este progresso é resultado de uma considerável expansão nos trabalhos de
pesquisa e desenvolvimento relacionados aos aspectos físicos e químicos das
reações presentes na gaseificação e também nos processos de purificação dos
gases e líquidos provenientes do processo, assim tornando a gaseificação um
processo limpo e ambientalmente correto para geração de energia e outros
produtos químicos. Destacam-se, neste caso, pesquisas dos mecanismos cinéticos
das reações, termodinâmica, transferência de massa e calor e fluidodinâmica.
Com o uso de todas estas informações, o entendimento e modelagem dos mecanismos
envolvidos no processo de gaseificação tornam-se mais favoráveis, possibilitando
o projeto de gaseificadores e processos com mais confiabilidade, economia,
segurança e ambientalmente corretos. É importante salientar que as propriedades
termodinâmicas do carvão são difíceis de serem mensuradas devido à natureza
heterogênea e complexa deste material, o que torna o trabalho ainda mais
difícil. Diante do avanço nessa área, acredita-se que o futuro do carvão
mineral está na gaseificação.
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